quarta-feira, 14 de março de 2018

Descubra se você é a favor ou contra a privatização


Uma das perguntas mais retumbantes nos dias de hoje é: Você é a favor ou contra a privatização de empresas nacionalizadas como a Petrobrás – já de economia mista, o Banco do Brasil, Vale do Rio Doce – já privatizada, Eletrobrás, Agência dos Correios, rodovias, ferrovias, portos e aeroportos?

               Coisa útil que aprendi no decorrer da vida foi não deixar que a “chamada” ou a pergunta propriamente dita dite o caminho pelo qual os meus pensamentos devem prosseguir. Esta pergunta é extremamente limitante: A favor ou contra?

               Formei-me em Matemática e a partir de então compreendi que mesmo nas ciências exatas há perguntas que não podem ser contempladas sob o crivo de uma constante. O espaço-tempo tende para o infinito. A informação é válida para ambos os lados, tanto para o início quanto para o fim. Tende.... Não há um ponto fixo, uma constante. Há de se avaliar.

               Todo país de respeito deve instituir ferramentas de controle – Estatais – para garantir a segurança nacional. As áreas abrangidas devem ser a segurança pública, a mineração, a energética – petróleo e energia elétrica, as comunicações – correios e telecomunicações, a financeira, a de silagem e cultivo de grãos, a de pecuária, a de transportes rodoviários, ferroviários, aéreos e marítimos, a de tratamento e distribuição de água, a de coleta e destinação de esgoto e resíduos sólidos. Enfim, as que dizem respeito à segurança nacional.

               Depois de tal afirmação os mais exaltados diriam: “Então você é contra! ”.

               Tenho outra forma de pensar. Imagino como cenário ideal para a prosperidade um país o que disponha de empresas reguladoras para atuarem em suas respectivas áreas para controle de preços – mediante concorrência contra os cartéis em momentos de crise – nas áreas que envolvem segurança nacional. Todavia a coexistência com empresas privadas que queiram ingressar honestamente em qualquer segmento do comércio deve ser benquista. Que haja a Petrobrás na extração e refino de petróleo, mas que venham a Esso, a Shell e a Texaco. Que persistam as estradas estatais, pois já pagamos por elas, mas que seja ofertada a concessão para empresas que queiram criar outras vias novas e melhores, mediante a cobrança de pedágio. Que haja 10 agências de correios, 100 de extração mineral, 1000 de telecomunicações. Não concordo é com o atraso ocasionado pelo monopólio, seja ele prescrito por estatais, empresas privadas ou de economia mista.   

               Pois bem, a minha maneira de pensar não é a correta, não para todos, mas é uma maneira diferente, apesar de desprezível. Não há sequer um político no cenário nacional que a apoie ou a critique. E eles não têm culpa por serem tão unânimes, tratam-se de reflexos da opinião de um povo que em maioria opta por a favor ou contra. Por cá não se discute política, briga-se política.



Eric de Almeida Bustamante