Uma das perguntas mais retumbantes
nos dias de hoje é: Você é a favor ou contra a privatização de empresas
nacionalizadas como a Petrobrás – já de economia mista, o Banco do Brasil, Vale
do Rio Doce – já privatizada, Eletrobrás, Agência dos Correios, rodovias,
ferrovias, portos e aeroportos?
Coisa
útil que aprendi no decorrer da vida foi não deixar que a “chamada” ou a
pergunta propriamente dita dite o caminho pelo qual os meus pensamentos devem
prosseguir. Esta pergunta é extremamente limitante: A favor ou contra?
Formei-me
em Matemática e a partir de então compreendi que mesmo nas ciências exatas há
perguntas que não podem ser contempladas sob o crivo de uma constante. O
espaço-tempo tende para o infinito. A informação é válida para ambos os lados,
tanto para o início quanto para o fim. Tende.... Não há um ponto fixo, uma
constante. Há de se avaliar.
Todo
país de respeito deve instituir ferramentas de controle – Estatais – para
garantir a segurança nacional. As áreas abrangidas devem ser a segurança
pública, a mineração, a energética – petróleo e energia elétrica, as
comunicações – correios e telecomunicações, a financeira, a de silagem e
cultivo de grãos, a de pecuária, a de transportes rodoviários, ferroviários,
aéreos e marítimos, a de tratamento e distribuição de água, a de coleta e
destinação de esgoto e resíduos sólidos. Enfim, as que dizem respeito à segurança
nacional.
Depois
de tal afirmação os mais exaltados diriam: “Então você é contra! ”.
Tenho
outra forma de pensar. Imagino como cenário ideal para a prosperidade um país o
que disponha de empresas reguladoras para atuarem em suas respectivas áreas
para controle de preços – mediante concorrência contra os cartéis em momentos
de crise – nas áreas que envolvem segurança nacional. Todavia a coexistência
com empresas privadas que queiram ingressar honestamente em qualquer segmento
do comércio deve ser benquista. Que haja a Petrobrás na extração e refino de
petróleo, mas que venham a Esso, a Shell e a Texaco. Que persistam as estradas
estatais, pois já pagamos por elas, mas que seja ofertada a concessão para empresas
que queiram criar outras vias novas e melhores, mediante a cobrança de pedágio.
Que haja 10 agências de correios, 100 de extração mineral, 1000 de telecomunicações.
Não concordo é com o atraso ocasionado pelo monopólio, seja ele prescrito por
estatais, empresas privadas ou de economia mista.
Pois
bem, a minha maneira de pensar não é a correta, não para todos, mas é uma
maneira diferente, apesar de desprezível. Não há sequer um político no cenário
nacional que a apoie ou a critique. E eles não têm culpa por serem tão
unânimes, tratam-se de reflexos da opinião de um povo que em maioria opta por a
favor ou contra. Por cá não se discute política, briga-se política.
Eric de Almeida Bustamante